Relato de um profissional sobre sua trajetória enfrentando pressões no trabalho e como a autoliderança e o desenvolvimento emocional podem ser chaves para o sucesso
Quando falamos de pressão no ambiente de trabalho, logo pensamos em como vamos desempenhar bem a função para a qual fomos designados. Independentemente do trabalho, sempre haverá cobranças.
Eu já fiz muitas coisas nesta vida; comecei a trabalhar muito cedo. Aos 10 anos de idade, empreendendo à minha maneira, dificilmente eu voltava para casa com algum salgadinho ou verdura nas minhas cestas. Aos 13 anos, fui vender picolé, e nas minhas andanças sempre passava por uma oficina de autoelétrica, e toda vez perguntava ao gerente se não tinha uma vaga para mim, até que consegui. Aos 15 anos, fui trabalhar numa siderúrgica pela manhã e à tarde ia para o SENAI. Trabalhei nessa siderúrgica por cerca de 10 anos, depois fui me aventurar no ramo dos veículos de duas e quatro rodas, isso por quinze anos. Atualmente, sou profissional da área da saúde emocional.
Em minha trajetória profissional, em todos esses ambientes de trabalho, sofri muita pressão por metas, resultados, produtividade e evolução como profissional. Tinha que fazer vários treinamentos, era exigido de mim sempre uma atualização nos âmbitos de conhecimento, até porque se eu não aderisse a essa ideia, ficaria para trás e naufragaria nos propósitos a mim dispensados.
Por conta de entender com alegria essas premissas, fui premiado por duas vezes como melhor promotor de acessórios do Vale do Paraíba em marcas distintas de automóveis.
Analisando as pressões e estresse no trabalho, no lado terapêutico, vejo que, às vezes, quando deparamos com uma dificuldade para exercer alguma função ou tarefa, várias coisas são colocadas naquele momento em frações de segundos em nossa mente, pois é claro e óbvio que se não fizermos o correto, ficaremos pouco tempo na empresa. Mas quero elencar que, havendo vontade de trabalhar, saber de fato o que vai fazer, ter senso de responsabilidade, não ser um colaborador omisso e por qualquer coisa faltar ao trabalho, ser proativo, ser organizado, amar o que faz, procurar se evoluir cada vez mais, fazer sempre algo mais, demonstrar confiança em si; envidando todos os esforços, você será um colaborador ou empreendedor de sucesso, crescerá em todas as frentes de sua vida, saberá suportar todos os níveis de pressão e estresse que normalmente têm nas empresas, que em geral têm suas metas a serem alcançadas.
Se você estiver mal emocionalmente, com baixa autoestima, com medo, com ansiedade, com sintomas do complexo de inferioridade, sentirá as cobranças e as pressões normais da empresa num nível muito maior, e das duas, uma pode acontecer, você pode procurar ajuda de um profissional da área da saúde e se curar, ou ficar tentando enfrentar tudo isso sozinho e, fatalmente, vai perder o emprego ou a empresa, entrar em outro e vai perder também. É dura essa realidade, mas precisa ser dita; sou psicanalista clínico e tenho deparado com esses quadros emocionais no consultório frequentemente; quando vou nas empresas fazer mapeamento emocional dos funcionários, percebo tudo isso mais claramente.
A boa notícia é que tem como reverter isso e você ser uma nova pessoa, vitoriosa, sempre evoluindo e avançando.
Isso também envolve bastante sobre autoliderança; sempre gosto de citar frases de John Maxwell, eu acho esse cara incrível:
“Fracasso é um evento e não uma pessoa.”
Olha que sacada maravilhosa! Com isso entendemos que muitas coisas que porventura aconteçam conosco, seja no trabalho, em casa, não importa, sempre tire lições valiosas para a sua evolução, e se ressignifique.
“O crescimento tem que ser intencional, ninguém melhora por acidente.”
Meu Deus, que coisa linda! É como dizer para alguém: você quer crescer, quer ser alguém melhor a cada dia, quer ser uma pessoa que contribua positivamente com a sociedade, com a sua família, com a empresa para a qual você presta serviços, ou para sua empresa mesmo, independente se você é empreendedor ou colaborador, se não souber interpretar como lidar com o estresse e as pressões do trabalho, vai ficar pelo caminho e a frustração pode lhe devorar.
Em seu livro Aliviando a Bagagem, Editora CPAD, que sempre recomendo aos meus pacientes que leiam, Max Lucado, um exímio escritor norte-americano, elenca cerca de 18 fardos que carregamos desnecessariamente pela estrada da vida e que já deveríamos ter deixado para trás; quem sabe não é isso que está lhe travando e dificultando a sua evolução como empresário e trabalhador, ou seja, deixar fardos velhos e rotos para trás, mas que você ainda insiste em carregá-los.
“Isso porque essa é uma das principais causas do absenteísmo: de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, doenças relacionadas à sobrecarga mental e a riscos ergonômicos representam mais de 40% dos afastamentos de trabalho, tendo superado fatores como acidentes e fraturas. “ “De acordo com um estudo realizado pela Fiocruz em 2020, mais de 40% dos brasileiros relataram se sentir tristes ou deprimidos com frequência ou a maior parte do tempo durante a pandemia. Além disso, quase 44% dos participantes do estudo disseram ter começado a ter problemas de sono e 50% têm sensação frequente de ansiedade e nervosismo.”