Conversamos com Michael Álex, professor de canto, especialista em voz artística que nos contou sobre seu trabalho e suas metas
Revista Meta: Sempre foi um profissional de canto ou desenvolveu outros trabalhos? Como decidiu que viveria exclusivamente da música?
Michael Álex: Não, eu não trabalhei só com música.
Meu primeiro trabalho foi entregar panfletos para um site de compras e vendas de veículos e nessa mesma empresa trabalhei na atualização do site.
Depois trabalhei como garçom nos restaurantes de alguns amigos. E nesse espaço de tempo comecei enquanto criança, adolescente ainda.
O meu desejo era ser jogador de futebol, principalmente depois da Copa de 2002. Porém, os meus pais queriam que me dedicasse a uma disciplina acadêmica. Como cresci num ambiente de advogados, acabei optando por cursar o Direito.
Passei no vestibular e no dia da matrícula, decidi mudar de ideia e escolhi a área de publicidade e propaganda, estudei por um ano e logo após tranquei a matrícula.
Um pouco antes disso, na minha transição de tentar ser jogador de futebol para fazer a faculdade de Direito, entre os 16 e18 anos de idade, já estava estudando canto, porque cantava na igreja. Nesse período comecei a lecionar algumas aulas para alguns amigos que pediram, mesmo sem minha vontade, pois não queria ser professor de canto.
Queria ser jogador, depois advogado e tudo mais. Como tinha poucos alunos e precisava de mais alunos até para conseguir pagar a faculdade, comecei a trabalhar em regime de CLT no período das oito às cinco e meia da tarde, durante a semana, como motorista na empresa de engenharia civil, que era de um amigo.
Aos finais de semana, lecionava algumas aulas de canto individual e para grupos o que durou em torno de um ano e quatro meses a um ano e sete meses. Até que pedi conta para me dedicar totalmente às aulas de canto. Esse período de transição e aceitação, durou mais ou menos seis a sete anos.
Foi a partir de 2013 em que aceitei totalmente a profissão como professor de canto, quando comecei a faculdade de Música, fiz pós-graduação em Voz, Artística e mestrado em Fonoaudiologia.
Decidi que viveria exclusivamente da música a partir do momento que percebi que o canto era realmente o que gostava de fazer e que poderia ser grande, crescer nesse mercado devido aos cursos que fazia com outros profissionais que já obtinham um grande nome e uma boa profissão, algo consolidado.
Falei, é possível sim gerar boa receita, consolidar a carreira, ter uma profissão digna.
Apaixonado pela pedagogia vocal, foi o momento de estudo e conviver com pessoas do meio.
Sabendo que era a única coisa que desenvolveria de forma bem feita, acabei decidindo pela música.
Revista Meta: Sempre trabalhou com aulas online ou migrou para essa modalidade por ocasião da pandemia?
Michael Álex: No começo eu não acreditava muito na aula online, mesmo tendo amigos que já trabalhavam com essa modalidade entre 2010-2013.
Sempre gostei de aula presencial, até por conta da dinâmica, de receber pessoas no estúdio, a rotatividade, me fez apaixonar por esse contato com o aluno. Porém, a partir do momento que comecei a trabalhar com alguns cantores do SBT, e que abrangiam um alcance nacional, até mesmo internacional; houve procura de pessoas de outros lugares.
Me lembro até que gravei para um canal do YouTube falando um pouco de música gospel, o que era a música gospel e, uma cantora da Holanda me procurou pelo WhatsApp e começamos a realizar as aulas online.
Não possuía aplicativo, equipamento apropriado para fazer um bom atendimento. Então, lecionava pelo celular mesmo.
Hoje, temos notebook, cabo de rede, placa de áudio, microfone, fone, alguns aplicativos que utilizamos muito bem. Portanto, anos antes da Pandemia, já atuava de forma online.
Obviamente que durante a pandemia levamos todas as aulas, por questão de segurança, para o online; mesmo porque não sabíamos o que iria acontecer, como de fato era essa doença, essa pandemia, ao final, estendeu-se mais o trabalho, até para outros públicos que eu não dispunha.
Revista Meta: Para quem são suas aulas?
Michael Álex: As minhas aulas são para todo tipo de pessoa que quer cantar; ou seja; quem nunca cantou, quem é desafinado, cantor amador, cantor profissional.
Para quem quer:
• cantar tanto como um hobby;
• como parte da terapia;
• ser um profissional;
• voltar a recuperar a voz;
• potencializar ou
• ser um profissional com uma carreira consolidada e crescer mais.
Desse modo, é para todo tipo de pessoa, independentemente da idade. Entretanto, por conta do meu trabalho ser mais específico, para potencialização é preciso de foco e atenção.
Classifico as minhas aulas a partir de 11-12 anos de idade. Porém, tenho uma escola que atende a partir dos 2 anos de idade, trabalhando desde a parte de musicalização infantil, coordenação motora, ritmo, afinação, entre outras atividades.
Minhas aulas são para todo tipo de pessoa que quer aprender a cantar. Independente se o aluno é profissional ou não.
Revista Meta: Quais suas metas e expectativas para esse seguimento musical nos próximos anos?
Michael Álex: Olha, eu já me sinto realizado por alguns objetivos pessoais que obtive na carreira.
A exemplos: Produzi um flash mob; vídeo plano sequência com os alunos e participando desse vídeo, disponibilizamos na campanha do Dia Mundial da Voz em 2021.
Criei um centro de treinamento que hoje é a AMUSI, Instagram: @amusi.inst.
Meus próximos objetivos e metas:
• Expandir outras unidades da AMUSI, não só em São José dos Campos, Vale do Paraíba, São Paulo, mas no Brasil até mesmo em outros lugares do mundo;
• Criar um doutorado com o meu método da escola e desenvolver esse trabalho para gerar outras pessoas também;
• Gravar um projeto de álbum pessoal e;
• Desenvolver um show com vários gêneros musicais para mostrar não só o meu trabalho, mas também as músicas que gosto, minhas influências musicais de todos os gêneros e encantar as pessoas. Então, esses são os meus próximos objetivos, minhas ambições.
Deixar um legado para os meus filhos, minha família, e outros profissionais da área.