1º Encontro de Negócios e Empreendedorismo ConectaBlack

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Foto: Dimas Vilas Boas

Julio de Campos conta sua e história de superação de falências

No 1º Encontro de Negócios e Empreendedorismo Black realizado nas dependências da Escola Técnica Everardo Passos – ETEP, cerca de 50 empreendedores participaram atentamente à palestra ministrada por Julio de Campos. O empreendedor compartilhou suas experiências, desafios e visão para o futuro dos negócios.

A redação da Revista Meta realizou uma entrevista exclusiva com Julio de Campos que compartilha sua visão inspiradora e estratégias para o progresso do empreendedor.

Revista Meta: Qual foi seu maior motivador para começar a empreender?

Julio de Campos: o sonho de ter um automóvel importado, à época queria comprar um BMW. Sempre fui de fazer contas. Então, somei ao salário que recebia na AMBEV, as metas, os prêmios que poderia ganhar e verifiquei que ainda iria faltar muita grana.

Via grandes empresários andando de carrões, achava que para ter uma BMW era somente para empresário. Foi um dos primeiros erros que cometi nesse mundo do empreendedorismo.

Este foi o fato que me tirou da CLT para o empreendedorismo. Porém, quando cheguei lá, me dei conta que o processo não era tão fácil assim. Para você andar em uma BMW precisa “apanhar” bastante.

Revista Meta: Como foi esta evolução como empreendedor?

Julio de Campos: minha vida dentro do mundo do empreendedorismo foi marcada por muitas quedas e levantes; muitos altos e baixos. Acredito que a cada quebra, falência evoluí um pouco. Nas duas primeiras, principalmente, mas não o suficiente para aprender a lidar com o dinheiro. Falo muito na questão de saber lidar com o dinheiro, porque na mesma medida que ganhava o dinheiro, gastava. Não era um poupador e nem investidor. Antes de fechar o negócio, por exemplo: um contrato que iria me render R$20.000,00 já havia gasto pelo menos R$18.000,00 em roupas, relógios, viagens. Os outros R$2.000,00 era o que gastava em botecos, baladas e amigos.

Somente sanei este problema depois da 3ª falência, quando disse: “preciso descobrir a causa dessas falências anteriores”. Fazendo uma busca e uma série de análises críticas, entre perdas e ganhos; descobrindo os meus porquês, foi quando entendi que o problema estava justamente na forma em como administrava o que ganhava.

É sempre a administração, se você gasta mais do que ganha, viverá na “corrida dos ratos”.

Revista Meta: Qual foi a maior lição que tirou dessas dificuldades, após as falências?

Julio de Campos: foi justamente a questão da educação financeira. Verifiquei o quão importante é educar-se financeiramente. Saber o que fazer com o dinheiro.

Posicionar o dinheiro nos seus devidos locais e diretrizes; para ter reserva de emergência, gastar com vestuário, lazer, entre outras; ou seja: planejar o uso do dinheiro.

Essa foi a lição MOR do período que: “fiquei andando no deserto”. Aprender de fato a lidar com o dinheiro; não foi um aprendizado simples. Fui me especializar em finanças, justamente com o intuito de não quebrar e ensinar a pessoas a não quebrarem.

Revista Meta: Sendo um empresário, como despertou a capacidade de liderar?

Julio de Campos: ser líder foi uma grande dificuldade, porque o meu modelo de liderança sempre foi autoritário. Liderava na base da autoridade, achava que as pessoas tinham que me respeitar por temer o homem que era, “o todo-poderoso” dentro das empresas. Essa prepotência, arrogância, o fato de achar que era o “cara”, tudo que falava era certo, de não aceitar opiniões de sócios; os próprios funcionários viam com propostas de melhorias e muitas vezes as propostas eram boas, ainda assim não queria ouvir, porque queria dizer que dentro da empresa eu quem mandava. Isso de alguma forma acabou atrapalhando e destruindo meus negócios.

Chega um momento do trabalho que para o funcionário tanto faz, se o gestor não está disposto a ouvi-lo, simplesmente o trabalho passa a ser automático.

Após essa terceira falência, realizei uma série de cursos, inclusive o Leader Training. Passei por um processo de imersão onde entendi e aprendi o que de fato é ser um líder.

Na base da autoridade não funciona. O líder de fato não manda, ele conduz.

A partir desse momento, toda a inteligência que adquiri, agrupando o mercado financeiro, aprendendo com os fracassos e a liderar; hoje, sei o que é ter um negócio com alavancagem e escalável. Meus negócios anteriores não eram negócios que prosperariam, justamente pela forma como os conduzia.

Revista Meta: Deixe uma mensagem, um direcionamento prático para os empreendedores que estão passando um momento de dificuldade.

Revista Meta: escrevi dez artigos importantes que estão no meu Instagram – (@juliodecampos).

São artigos que dizem: “O que a falência me ensinou.” Informações de extrema importância para quem está passando por esse processo.

“Pare e pense, faça uma autoanálise, uma análise crítica para descobrir onde está o erro”.

No meu caso específico, não entendia nada de finanças. Sabia fazer dinheiro, porém não sabia administrá-lo.

Ninguém falha à toa, o problema reside na gestão, existe uma falha no processo. Portanto, desenhe o processo novamente, faça um diagnóstico das falhas, desenvolva um plano de ação para corrigir as falhas existentes, monitore esse plano de ação; uma ferramenta excelente: 5W2H.

Qualifique-se, empenhe-se em estudar. Obtenha aprendizados constantes.

Foto: Dimas Vilas Boas

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