O ultrassom que deu errado

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Foto: Pexel

O que podemos aprender quando situações acontecem sem nosso controle e fora do esperado

Era nosso segundo bebê. Estávamos de 34 semanas e optamos por aguardar o parto para descobrir o sexo do nosso filho. Quanto mais próximo ao parto, mais a ansiedade e a expecta­va cresciam dentro de nós e mesmo assim, decidimos ir à contramão da maioria.

Não teríamos chá revelação, queríamos vivenciar a emoção da descoberta no momento mais intenso de nossas vidas: o nascimento. Desse modo, a cada exame para verificar a saúde do nosso bebê avisávamos a médica para ela nos omiti­r essa informação.

Até que aconteceu um fato inesperado. No dia 7 de março de 2023, minha esposa enfrentou o ultrassom rotina sozinha. Como não foi autorizada a entrada do nosso filho mais novo à sala do exame, precisei ficar do lado de fora cuidando dele e aguardando com muita paciência a sua volta.

Então, após alguns (longos) minutos, ela voltou! Ela voltou com os olhos lacrimejando e inconsolável, dizendo que a médica havia revelado o sexo do nosso bebê mesmo com o seu pedido de omissão.

A emoção que deveria ser compar­tilhada entre o casal se desintegrou, deixando uma sensação inexplicável. Talvez um nó na minha garganta descreveria a situação de ter sido privado de um momento tão especial. E além de tudo, a minha esposa estava de coração parti­do porque eu não estava lá e aquele momento não iria mais se repeti­r. Não com esse filho.

Para alguns leitores, talvez isso tudo pareça bobagem. Porém, arquitetamos cada detalhe para tudo correr como planejamos. Projetamos em nossa mente e em nosso coração como seria a emoção do nascimento, a escolha dos possíveis nomes e até as roupas de cores unissex.

Não vou negar, isso nos afetou como se fosse um problema gigante. Contudo, depois de um tempo, essa experiência, me fez refleti­r sobre a perspec­tiva que temos diante dos problemas.

Ocorrências acontecem o tempo todo e a “complexidade dos fatos torna impossível determinar se algo que acontece é bom ou ruim, porque você nunca sabe quais serão as consequências” – Alan Watson.

Esta frase do Alan Watson é extraordinária e diz muito sobre como interpretamos os problemas e como eles podem se transformar em oportunidades em nossas vidas.

No meu caso, estava certo de que descobrir o sexo no parto era o melhor caminho para nós. No entanto, com a descoberta precoce, nosso filho mais velho já chamava o bebê pelo nome e isso facilitou a sua compreensão quando ele finalmente chegou.

Essa história revela que até os problemas tem seu lado bom! Nós queríamos surpresa, mas a vida nos surpreendeu de outra forma. O Antônio, já chamava o bebê na
barriga de José e então, José já ­tinha um nome e uma identi­dade para o irmão que o aguardava.

Diante dessa história, fica claro como é preciso mudar nossa visão sobre problemas e trouxe três passos prá­ticos para isso:


1 – Mude a Perspectiva: Quando o foco está nas dificuldades, limitamos as possibilidades de resolução e aprendizado. Enxergue o problema como um desafio! Ao mudar a perspec­tiva, você abre espaço para encontrar soluções cria­tivas e aprender com cada situação.


2- Extraia Lições: Cada problema carrega a possibilidade de ensinamentos valiosos. O que você pode aprender com tudo isso? Ao buscar lições, você transforma adversidades em oportunidades de aprendizado.


3- Crie Conexões e Significado: Problemas muitas vezes nos aproximam de outras pessoas. Ao compar­tilhar experiências difíceis, criamos laços que nos ajudam a superar desafios! Busque conexões emocionais e significado nas dificuldades que você enfrenta.


Aplicando esses três passos aprendemos a compreender melhor a vida e saber que sempre existe algo bom a ser encontrado. Tenho pra­ticado tudo isso em minha vida desde então. Em minhas decisões de trabalho, situações corriqueiras e até na escolha do meu novo lar.

Lembre-se de que os problemas são parte integrante de nossa vida, mas a maneira como os encaramos pode fazer toda a diferença! A propósito, o ultrassom não deu errado.

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