O rebote da caneta: como não ganhar peso novamente com análogos do GLP‑1 e Mounjaro

O remédio ajuda a perder; a nutrição ensina a manter. E ela começa no primeiro dia de uso, não só na hora de parar

Análogos do GLP‑1 e tirzepatida (Mounjaro) são os astros do emagrecimento atual: menos fome, glicemia estável, peso na balança caindo. Mas atenção: ajustes nutricionais não são “plano de saída”, são “plano de entrada”. Desde o primeiro dia, a estratégia certa protege sua massa magra e prepara o corpo para a manutenção. Afinal, a caneta ajuda, mas não é varinha mágica, e músculo não surge por encanto.

O reganho de peso é fisiológico, não moral. Cortar calorias e, principalmente, cortar proteína em excesso, derruba o metabolismo e enfraquece a musculatura. Sem a medicação, a fome volta e o gasto energético é menor: o efeito sanfona bate à porta. A boa notícia? Esse roteiro pode ser reescrito com nutrição e treino estratégicos.

Proteína é o seguro do seu metabolismo. Busque 1,2 a 1,8g/kg/dia, distribuídos em 3–4 refeições (25–35 g cada). Fontes diárias como ovos, iogurte, frango, peixe, carnes magras, suplementos proteicos e leguminosas são ideais para saciedade, massa magra e manter seu “motor” funcionando.

Fibra é sua aliada silenciosa: mire 25–35 g/dia com aveia, psyllium, leguminosas, frutas e vegetais. Ela otimiza a microbiota, regula o intestino (diga adeus à constipação associada aos análogos de GLP-1!) e modula a glicemia. E não se esqueça da hidratação: sem a fome, a sede às vezes “some”.

Gorduras inteligentes acalmam o trato gastrointestinal. Azeite, abacate e oleaginosas, em porções controladas, minimizam náuseas. Frituras e ultraprocessados? Continuam sendo vilões.

Treino de força (3 a 5 vezes por semana) é vital. Sem estímulo, o músculo vai pelo ralo. Agachamentos, remadas, empurrar e puxar, com progressão, são a chave. E não subestime: sono adequado e controle do estresse são cruciais para saciedade e recuperação.

Sinais de que come pouco: tontura, fraqueza, queda de cabelo, fome noturna ou constipação. Ajuste porções, priorize densidade nutricional (proteína!) e, se houver náusea, prefira pequenas refeições e texturas mais fáceis ou lance mão dos suplementos proteicos como whey, colágeno ou proteínas veganas de qualidade.

Vai parar? Planeje a transição como quem desce uma escada, não um tobogã. Em 8 a 12 semanas, com orientação médica, quando começar a reduzir a dose, solidifique hábitos de treino, sono e alimentação. Aumente o volume alimentar de qualidade e monitore seu corpo. A caneta abre a porta; seus hábitos o mantêm dentro.

Resumo de bolso: proteína farta, fibra diária, água sempre, gordura boa com parcimônia, ferro na academia e paciência estratégica. Humor ajuda, mas quem segura o resultado é o método, não o meme. Com acompanhamento profissional, o “pós-caneta” vira o capítulo mais sólido da sua história.

Aviso importante: Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação individual. Uso, ajuste ou suspensão de análogos do GLP‑1/tirzepatida devem ser feitos com acompanhamento médico e nutricional.

Ana Carolina Lenzi, ou Carol Lenzi como é chamada, é uma nutricionista funcional com uma carreira sólida de 20 anos de experiência em consultório. Apaixonada pela nutrição e pelo intrincado funcionamento do corpo humano, ela se dedica a explorar as profundas conexões entre o corpo e a natureza. Com uma visão que valoriza a unicidade de cada indivíduo, Ela acredita fervorosamente que a nutrição tem o poder transformador de mudar vidas.

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Create a new perspective on life

Your Ads Here (365 x 270 area)
Veja mais
Categorias

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba novidades, insights e novos conteúdos toda semana.

plugins premium WordPress