Viajar sozinha é um ato de coragem e um presente para si mesma
Viajar sozinha é um gesto que carrega força, autoconhecimento e um simbolismo profundo. Para muitas mulheres, essa experiência vai além da ideia de férias ou da simples vontade de conhecer novos lugares. É um processo de descoberta pessoal que se desenvolve a cada passo, desde o momento em que a mala é fechada até o retorno para casa. O mundo se abre de um jeito diferente quando o ritmo, as escolhas e as prioridades vêm exclusivamente de si mesma.
O crescimento desse movimento reflete transformações importantes no estilo de vida contemporâneo. As mulheres têm buscado viver experiências que respeitem quem são, que permitam observar o mundo com calma e que ofereçam espaço para se reconectar consigo mesmas. Há uma liberdade única em caminhar sem pressa por ruas desconhecidas, saborear um café em silêncio observando o cotidiano local ou conversar com pessoas de diferentes histórias. Cada detalhe se torna mais vivo quando não há distrações ou agendas compartilhadas.
A segurança, naturalmente, é uma preocupação presente, e por isso a preparação faz parte da jornada. Informar-se sobre os destinos, entender costumes, escolher hospedagens bem avaliadas e manter contato com alguém de confiança são pequenas atitudes que oferecem tranquilidade e permitem que a experiência aconteça com leveza. Ainda assim, a intuição é uma grande aliada. Aprender a ouvi-la e respeitá-la faz parte dessa autonomia que tantas mulheres buscam e encontram nas viagens solo.
Para muitas, viajar sozinha também não significa, necessariamente, estar só. A busca por grupos femininos tem crescido, especialmente entre quem deseja a sensação da independência, mas prefere o acolhimento de outras mulheres ao redor. Esses grupos criam espaços seguros, solidários e inspiradores, onde a troca de vivências se torna tão valiosa quanto o destino visitado. A viagem ganha outra camada quando compartilhada com pessoas que estão ali pelo mesmo propósito.
Os destinos favoritos desse público refletem essa busca por ritmo próprio e atmosfera acolhedora. No Brasil, lugares como Paraty, Tiradentes e Curitiba proporcionam experiências culturais riquíssimas, enquanto regiões como a Chapada dos Veadeiros convidam ao contato com a natureza e ao reencontro interno. No exterior, Portugal costuma ser a porta de entrada para muitas brasileiras, tanto pela segurança quanto pela familiaridade cultural. A Toscana encanta com seu estilo de vida tranquilo, e a Irlanda oferece acolhimento e dinamismo em cidades vibrantes. O Japão, por sua vez, é uma escolha marcante para quem deseja viver uma imersão profunda em uma das culturas mais seguras e fascinantes do mundo.
A filosofia do Slow Travel se entrelaça de forma natural com essas jornadas. A ideia de desacelerar, de explorar sem correria e de valorizar cada detalhe da experiência faz com que a viagem deixe de ser um simples deslocamento e se torne uma vivência transformadora. Ficar mais tempo em cada destino, conversar com moradores, observar o cotidiano e permitir-se improvisar são atitudes que criam memórias muito mais profundas.
Viajar sozinha é um ato de coragem e, ao mesmo tempo, um gesto de cuidado consigo mesma. É a possibilidade de viver o mundo com autenticidade, de descobrir novas facetas da própria personalidade e de perceber que a liberdade pode ser um lar em movimento. Cada mulher que decide embarcar sozinha leva consigo o desejo de se encontrar e, quase sempre, volta trazendo uma versão ainda mais forte, sensível e consciente de si mesma.
Juliana Rossi é Fundadora da Esplanada Viagens
@julianarossibr



