Batemos um papo com Gilberto Freitas, fotógrafo há mais de 30 anos e reconhecido por clicar grandes eventos em São José dos Campos.
Revista Meta: Hoje você fotografa os mais importantes eventos de São José dos Campos – SP. Nos conte como iniciou sua carreira fotográfica e como conquistou esse espaço e prestígio.
Gilberto Freitas:Sou militar aposentado da aeronáutica e minha especialidade na aeronáutica era fotografia. Não tem muito a ver com a fotografia aqui fora, em virtude da especialidade.
Resumindo, em 91-93, me mudei do Rio Grande do Sul para São José dos Campos, aliás, voltei, porque, na verdade, sou de São Paulo.
Estava acontecendo um evento em uma agência de modelo e levei fotos da minha filha na agência, a partir de uma conversa, comecei a fotografar modelos. Praticamente, fiz quase todas as agências em São José dos Campos, naquela época.
Em determinado momento, peguei uma foto do William Rogles, da WR, com a Solange Moraes, mandamos para o jornal e foi publicada.
A partir disso comecei a participar de algumas festas e enviar fotos para jornal que começaram a ser publicadas; e consequentemente as revistas começaram a me chamar para fotografar e registrar as festas que promoviam.
É difícil explicar como consegui prestígio, porque eu sou meio desligado; nunca pensei em dinheiro, e, na verdade, acabou acontecendo naturalmente.
Hoje em dia descobri que pensei muito menos em dinheiro do que achava que precisava ter pensado. Então, tinha muito mais emoção e gostar de fazer a fotografia. Acredito que foi o fator que conseguiu me engrenar nesse negócio, que é fotografar.
Revista Meta: Hoje qual tipo de fotografia que mais te realiza? Você fotografa apenas eventos ou tem sua agenda aberta para outros trabalhos?
Gilberto Freitas: Na aeronáutica fotografava os foguetes e produtos; voava de jato, viajava para muitos lugares aqui do Brasil. A minha base de fotografia é bem forte; revelação, preto e branco.
Então, fotografo realmente muita coisa, mas a base hoje em dia são festas e eventos. E o que faço não é só fotografar, é a divulgação, conheci muita gente, e sei para quem devo enviar a foto, quem gosta do que gosta.
O que me realiza é que cada evento é único e, os fatos que acontecem dentro do evento; que guardam lembranças.
Cito, por exemplo, uma festa enorme acontecendo e, ficava observando; havia mais fotógrafos, de repente parava num lugar e registrava uma foto que era importante para todo mundo; justamente naquela hora conseguir fazer aquela foto. Então, quer dizer, é Deus e sorte.
Na verdade, as coisas mais loucas que fiz de foto foram bem no começo mesmo, quando viajava a São Paulo, participava com o William no Morumbi Fashion, São Paulo Fashion Week; e fotografava por amor mesmo; nunca fomos para ganhar muito dinheiro, era mais para desenvolver o talento.
Revista Meta: Quais suas ambições profissionais nesse universo fotográfico, o que você diria para iniciantes na carreira que desejam ter um reconhecimento como o seu?
Gilberto Freitas:A sinceridade, não sou de pensar muito no futuro, sou muito de ver o presente.
A ambição fotográfica, nunca fui muito ambicioso; acredito até que essa minha marca de não correr muito atrás dos trabalhos, eles acontecem. Sou muito desligado, muito fechado, não pareço muito carismático. Porém, acabo conseguindo fazer o que realmente a pessoa precisa. Sem prometer nada, mas vai acontecer, e é isso que acontece. Eu acho que é por isso que estou nesse método até hoje.
E para o pessoal que vai iniciar hoje, é o trabalho de formiguinha mesmo.
Tenho uns 30 – 40 anos nesse ramo. Acredito que, cada um deve se especializar e se dedicar a essa especialização. E não se preocupar em ser famoso, porque isso vem com o tempo.
“Desse modo, eu, por exemplo, vou tocando um dia de cada vez, sem me preocupar com o futuro. É lógico, não deixo a “peteca” cair, vamos assim dizer. Mas é interessante porque as coisas acontecem comigo meio que sem querer, sabe? Não sei, as mudanças acontecem sem querer, não tem planejamento, não tem nada, simplesmente acontece. Então, acredito ser Deus e sorte.”
É lógico, o fato de não ter planejamento, sei que mais adiante serei cobrado por isso. A vida irá cobrar de mim esse negócio, mas o importante é que você esteja contente com o que faz, que é bem mais importante do que outras coisas.
Tanto que nessa falta de planejamento, de só deixar as coisas acontecerem, muitos serviços deixei de fazer, e as pessoas perguntam: mas você não tem uma foto ou um trabalho que eu possa ver?
Respondo: “não tenho, não tenho muito arquivo”. Mas a verdade é que se você colocar meu nome lá no Google, sem fazer esforço nenhum, aparece telefone, várias festas que fiz.
Houve época que, “o pessoal falava assim para mim, ah, mas você não coloca o nome nas suas fotos? Aí eu brincava, é o seguinte, o que não tiver nome é tudo meu, (risos). Então nunca me preocupei, o trabalho é mais na confiança mesmo.”
Acredito que o que nos traz alegria também é, saber que você conseguiu realizar aquilo que a pessoa precisa, de alguma forma.
“Também nunca fui de me preocupar e de fotografar pessoas importantes ou não, entendeu? Não que eu não me importo, ou não respeito, pelo contrário respeito bastante; mas não sou muito assim de me preocupar com isso não. “
Acredito que, todo mundo é importante.