Colunista da Revista Meta lança “Parafernália”, seu primeiro romance

Eduardo Saab faz a publicação de forma independente e reforça sua ligação com as palavras

O jornalista e colunista da revista Meta, Eduardo Saab, 54, lança nesta quinta-feira, dia 27, seu primeiro romance, Parafernália. “O livro conta a história de um grupo de amigos que se conhece e passa a dividir a vida juntos, suas experiências e aprendizados”, disse Saab. “É uma espécie de crônica de uma amizade”.

Ambientado na cidade natal do autor, Parafernália precisou de tempo para ganhar vida. “Foram várias versões até chegar à final, a que foi para a gráfica”, conta. “Tudo feito de forma independente, mas com a colaboração de profissionais experientes”.

A seguir trechos da entrevista com o escritor.

REVISTA META: Por que contar a história de um grupo de amigos que se encontra, divide experiências e depois cada um segue seu caminho?

Porque eu vivi isso e sei que muita gente viveu e se lembra de tudo. Parecem apenas lembranças, mas de alguma forma ajudaram a moldar quem somos. Este é o poder da amizade. Eu dei vida aos personagens, mas tendo minha história como referência. Os nomes, as situações, as histórias são fictícias. Ou não.

META: Ou não?

Acredito que muito do que escrevemos tem um quê de autobiográfico.

META: Na história, você usa elementos de esportes radicais, música…

E alguma poesia. São coisas que fazem parte da minha vida, ainda que esportes não tão radicais, admito. E também muito da vida boêmia. E essa turma gosta de tomar uns drinques, é verdade. A questão da música, da poesia, dos esportes e de alguma filosofia foi pensada justamente para dar uma liga à história.

Minha geração viveu toda a mudança mais abrupta que a humanidade vem passando. Em parafernália, talvez haja o último respiro antes das mídias sociais, em que a gente vivia por viver, não para postar. Pelo contrário: fotografou? Não. Então não sei se é verdade. Muita coisa ficou apenas na memória de quem viveu. E na verdade a gente gostava mesmo de fazer as coisas escondido, para que ninguém soubesse.

META: Você acredita que as pessoas enxergam a amizade de uma forma diferente hoje?

As novas gerações com certeza. Quem tem mais de trinta e cinco, quarenta anos, não. Porque viveu naquele mundo em que pra encontrar um amigo ou se ligava no telefone de sua casa, ou ia lá pessoalmente.

META: Ainda sobre amizade, porque é disso que o livro trata, certo?, você ainda convive com amigos da sua juventude?

Sim, claro! Não com a frequência de antes, faz tempo, mas nossa amizade permanece, de uma forma diferente: cada um vive sua vida, tem novas amizades, frequenta outros lugares. O respeito e a consideração vão ficar para sempre, porque estamos falando de pessoas que viveram muitas coisas. Sabe quando você fica meses sem encontrar uma pessoa e quando encontra parece que a última vez tinha sido ontem? É mais ou menos isso.

META: Quais suas referências literárias?

O autor que mais gosto de ler é Fausto Wolff. Uma pena ele ter brigado com a grande imprensa, dessa forma ele é pouco lembrado. Mas gosto muito dos grandes escritores brasileiros, como Graciliano Ramos e Guimaraes Rosa. Em termos de poesia, Drummond e Bandeira são absolutos, além de Paulo Leminsky. Luto bastante com os grandes clássicos, como os autores russos, que são geniais para entender e desenhar a alma humana e seus dilemas, Tomas Mann, Joyce, Saramago. São autores que me inspiram, mas estão num lugar diferente. Assim como Machado de Assis.

META: Como é ser autor independente no Brasil?

Talvez a pergunta seja: como é ser escritor no Brasil? É mergulhar de coração e não esperar nada em troca, porque não sabemos o que pode acontecer ou não. Pode ser que o público goste e se identifique? Sim. Mas também pode ser que apenas meus amigos e conhecidos leiam e fique restrito a um pequeno grupo. Eu preciso ter em mente que as duas possibilidades são reais. Claro que se eu investir um pouco mais de tempo e dinheiro talvez tenha um retorno um pouco maior. Vamos esperar este primeiro momento passar para ver os próximos passos.

Quanto a ser independente a resposta é simples: você bate o escanteio e sai correndo para cabecear. Se fizer o gol, parabéns, você conseguiu. Se a bola for fora, você percorreu um lindo caminho até aqui.

META: O que você espera de Parafernália?

Parafernália não é um livro sobre violência, traições, gente querendo levar vantagem sobre seus pares. Nada disso. Nós já temos demais disso tudo nas notícias e nas novelas da televisão. Claro que tem tensão, tem drama. São personagens jovens, cheios de dúvidas e expectativas. Mas minha intenção sempre foi uma leitura mais leve, divertida e até mesmo, original. Por que não? Mas, admito que tem um pouco de sexo, drogas e algum rock and roll.

A história é dividida em três partes bem características, que é o próprio desenvolver da vida: as pessoas se conhecem, se gostam, dividem seu tempo, aprendem junto, e em determinado momento, cada um segue seu caminho, com a escolha de sua profissão, a pessoa com quem vai viver, enfim, formar sua família. Ou mudar para um outro lugar, conhecer outras pessoas. Natural.

Eu quero que as pessoas leiam e comentem sobre o livro, se gostaram ou não, se viveram algo parecido, se se identificam ou não com algum personagem, que ao final, são pessoas comuns, como qualquer um de nós.

Serviço:

Lançamento do Livro Parafernália

Data: dia 27 de novembro, a partir das 19 horas

Local: Empório Tavola Allegra – Rua Santo Agostinho, 70, Villa Adyanna.

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

II Feira de Vinhos na Cortiça

25 de outubro de 2025 às 16h
Veja mais
Categorias

Inscreva-se em nossa newsletter

Receba novidades, insights e novos conteúdos toda semana.

plugins premium WordPress