Metas não alcançadas podem ser uma oportunidade de aprendizado e crescimento
Novo ano, novos anseios, é muito comum refletirmos sobre as metas não alcançadas no ano passado, todas elas envolvem desejos pessoais, profissionais e emocionais.
Nesse período, realizar a tradicional “retrospectiva” pode ser uma ferramenta importante de autoconhecimento e lidar com as frustrações. Na prática clínica encontramos indivíduos entristecidos e frustrados por não conseguirem alcançar as metas propostas no ano anterior. Por que isso acontece? E como lidar?
Vale destacar que todo começo de ano somos contagiados psiquicamente a ponto de nos entorpecermos com uma sensação de renovação. Se não avaliarmos com cautela e clareza, estipulamos metas mirabolantes, sem avaliar o contexto e como alcançá-las. Precisamos diferenciar euforia, motivação e disciplina.
C.G. Jung postulava que todos nós somos atravessados pelos deveres, desejos e realização. Os deveres estão associados à necessidade de se manter estável fisicamente. Os desejos estão conectados aos prazeres e a satisfação pessoal. A realização é o nosso propósito, o sentido que colocamos ao que propomos.
Podemos relacionar disciplina com os deveres, por se tratar de atitudes diárias que nos permitem ter estabilidade. Euforia com os desejos, por se tratar de otimismo e entusiasmo. A motivação se aproxima da realização, pela própria formação da palavra; trata-se de um motivo para a ação, ou seja, precisamos relembrar sobre qual motivo estipulamos nossas metas.
Possuir metas é crucial para o processo de amadurecimento, é importante não inflarmos a euforia em detrimento da motivação, e vice-versa. Também considero indispensável concentrar as energias em pequenas metas, que são alcançáveis e praticadas diariamente.
Ninguém começa na linha de chegada, é necessário traçar a rota e compreender que podem surgir imprevistos e adversidades que nos deixam em dúvidas quanto ao caminho que devemos seguir. É de extremo valor, também, estarmos abertos a mudanças que podem surgir durante nossa trajetória.