O papel dos pais na cultura empreendedora
Existe uma linha muito tênue entre ”empreender e sonhar” e “empreender e acreditar em você”.
Onde nós, pais, encontramos o nosso papel? Os pais são as primeiras referências para as crianças, depositar a confiança nos filhos possibilita-os a irem além. Toda essa confiança ou não, depositada nos pequenos, é um caminho sem volta.
Quando acreditamos neles, estamos ajudando a desenvolver a autoconfiança que está diretamente ligada à capacidade de experimentar o novo e de superar medos. O primeiro passo para começar a inserir nossos filhos na cultura empreendedora é acreditar neles.
A consequência desse “empurrão” possivelmente vai ser uma criança que sonha, mas que pensa em como criar caminhos para concretizar esses sonhos. Enxergar nos erros, possibilidades e estar preparado para seguir adiante, ajustar caminhos e processos são habilidades que podem começar a ser desenvolvidas nessa fase.
Criatividade x Empreendedorismo: nossa cultura muitas vezes impede que esse potencial seja explorado desde cedo, precisamos mudar essa realidade.
De acordo com um estudo da NASA, até os cinco anos de idade, as crianças são praticamente gênios criativos. O nível de criatividade vai caindo com o tempo e, apenas 2% dos adultos apontam essa mesma capacidade.
A essência do empreendedorismo está na criatividade, imagina trabalhar as habilidades empreendedoras em gênios criativos?
O futuro é da cultura empreendedora: se pensarmos daqui a 30-40 anos ou até menos, muitas profissões serão obsoletas. A capacidade dos nossos filhos se reinventarem e se adaptarem ao novo com rapidez será crucial para o futuro deles. Não estamos falando apenas de crianças que serão futuros empreendedores, estamos falando de crianças que irão crescer acreditando em si, na competência e na criatividade delas.
Segundo uma pesquisa liderada pela investidora britânica Sarah Willingham, 32% das crianças locais pretendem ser donas do próprio negócio quando crescerem. O pensamento empreendedor na infância enriquece o desenvolvimento pessoal e profissional no futuro.
Na primeira infância começa a construção das quatro áreas do desenvolvimento: a física, a emocional, a cognitiva e a social. É a fase que cria vínculos sociais e afetivos.
Apresentando o empreendedorismo para crianças
1 – Trabalhos Manuais
Uma simples brincadeira com massinha, e quem sabe “vender” essas peças para os familiares, vizinhos depositando esse dinheiro em um cofrinho? É um excelente ponto de partida para começar a entender o processo e trabalhar a visão empreendedora.
2- Tecnologia
Utilizar a familiaridade da criança com o digital apresentando a cultura do empreendedorismo pode ser um caminho para desenvolver as competências neste campo.
3 – Pequenas responsabilidades dentro de casa
Pequenas missões na rotina os fazem se sentirem inseridas e capazes de cumprirem as missões. A missão dada vai ser a responsabilidade da criança e ela conseguirá enxergar a sua importância e capacidade.
4 – Compras do mercado
Imagina ter um ajudante na hora de ir ao supermercado? A cada semana inclua uma responsabilidade nova, como fazer a lista, fazer os cálculos durante a compra, comparar preços, entre outras.
5 – Aposte e acredite na sua criança
Nós, adultos, muitas vezes somos os “termômetros” das crianças. Em alguns casos, elas chegam empolgadas, com ideias, porém, não são levadas a sério. Essa “negativa” tira a confiança, desanima e pode destruir a vontade de ter novas ideias.
Os pais e a cultura empreendedora: acreditar e confiar, uma simples ideia torna essa criança mais segura, empolgada e apaixonada por criar. Não é sobre romantizar, falar que é um caminho fácil, mas é preparar, estimular e lapidar as habilidades. Assim, a criança cresce acreditando, sabedora de que nada é impossível quando se quer muito realizar um sonho, mesmo que esse sonho seja o de empreender.