Data de 25 de maio marca o Dia da Indústria. Setor discute nova política industrial para retomada da indústria brasileira
A data de 25 de maio marca o Dia da Indústria. O setor discute uma nova política para a retomada da indústria, com a união dos setores públicos e privados para gerar desenvolvimento ao país. Nesse sentido, o Plano de Retomada da Indústria elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e compartilhado com o governo federal, estabelece quatro missões com base nos seguintes eixos: descarbonização da economia; transformação digital; saúde e segurança sanitária; e defesa e segurança nacional.
O plano estabeleceu quatro missões com base nos seguintes eixos: descarbonização da economia; transformação digital; saúde e segurança sanitária; e defesa e segurança nacional.
Elaborado após meses de discussões, o plano evidencia os principais entraves para o crescimento do país, como o chamado Custo Brasil – conjunto de dificuldades que oneram o setor produtivo, mas também as oportunidades que o Brasil pode aproveitar com a reacomodação das cadeias de produção mundial – especialmente por conta da disputa entre Estados Unidos e China, a digitalização e a sustentabilidade, por exemplo.
Ter uma estratégia consistente para alavancar o setor produtivo e, por consequência, a economia brasileira é fundamental, uma vez que as grandes potências já se movimentaram, explica a diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola.
“O desenvolvimento industrial do Brasil tem que estar perfeitamente alinhado ao que acontece no resto do mundo. As principais economias do mundo lançaram planos agressivos de política industrial. Fortes planos de apoio do Estado ao desenvolvimento tecnológico, à inovação de sua indústria, buscando reduzir a insegurança de suprimento de insumos e fortalecer as cadeias de maior valor agregado na escala global.”
Plano de Retomada
O Plano de Retomada da Indústria é estruturado sobre dois pontos principais. De um lado, apresenta medidas que, ao melhorar o ambiente de negócios, contribuem para modernizar os processos produtivos e reduzir os custos de produção e inserção das empresas brasileiras no mercado internacional.
Para isso, o documento traz 60 propostas, divididas em nove eixos temáticos, como tributação, financiamento e infraestrutura, por exemplo, que visam equilibrar as condições de competição do setor produtivo brasileiro com o dos demais países.
O plano também sugere políticas orientadas por missões, cujo foco é combinar as prioridades sociais do país com a chegada das novas tecnologias.
Mas, para tudo isso dar certo, a indústria deve ser protagonista, segundo a CNI. É a indústria o setor que mais investe em ciência e tecnologia, condição importante para que as missões elencadas no plano saiam do papel, solucionem demandas sociais e, consequentemente, contribuam para o desenvolvimento econômico.
O entendimento da CNI é que uma política industrial moderna deve ir além de incentivos do governo a determinados setores industriais. Por isso, Spíndola explica que o cumprimento de cada uma das missões vai envolver diversos atores, como o poder público, segmentos privados e membros da comunidade científica.
“Essas missões são voltadas para uma meta. Elas não são voltadas para um setor, mas diversos segmentos envolvidos no atingimento daquela meta, que é resolver um problema importante da sociedade”, explica.
Segundo o plano, a tarefa de liderar o país em cada uma dessas missões caberia ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que é vinculado à Presidência da República e presidido pelo vice-presidente do país e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.
Para cada missão, o plano apresenta um problema, propõe soluções e, por fim, elenca os benefícios esperados com a concretização daquele eixo temático. Quando o assunto é transformação digital, por exemplo, a CNI destaca que as novas tecnologias digitais estão transformando os processos produtivos, mas que as empresas de pequeno e médio porte têm mais dificuldade em adotar essas inovações. Entre as consequências, estão a baixa produtividade e a pouca inserção desses negócios no comércio global.
A solução desse problema passa, por exemplo, pela criação de programas de apoio às empresas industriais para a modernização dos processos produtivos; sensibilização dos empresários para a transformação digital e difusão de ferramentas que promovem maior eficiência produtiva e energética.
Os benefícios esperados vão desde o aumento da produtividade e da competitividade à melhoria da qualidade dos produtos e serviços, entre outros.
Confira abaixo os objetivos de cada uma das missões.
Missão 1: Descarbonização
Objetivo: desenvolver uma economia de baixo carbono, com estímulos à descarbonização da indústria, à transição energética e à promoção da bioeconomia e da economia circular.
Missão 2: Transformação Digital
Objetivo: capacitar as empresas brasileiras, em especial as pequenas e médias empresas, para que possam ampliar sua escala de mercado e, assim, se habilitarem para participar de cadeias globais de fornecimento.
Missão 3: Saúde e Segurança Sanitária
Objetivo: universalizar o acesso e promover o desenvolvimento competitivo da cadeia de produção e exportação de medicamentos, vacinas, testes, protocolos, equipamentos e serviços.
Missão 4: Defesa e Segurança Nacional
Objetivo: apoiar o desenvolvimento de elos estratégicos das cadeias do complexo industrial da defesa e segurança nacional, com foco em tecnologias de uso atual.
Fonte: Brasil 61