Altas Habilidades e Superdotação: Mitos, Realidades e Desafios

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Desmistificando Altas Habilidades e Superdotação: Realidades, desafios e estratégias de identificação e apoio

Definição: Altas Habilidades e Superdotação – AH/SD: A definição de superdotação que consta nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Ministério da Educação, 1995) e que é adotada por alguns programas brasileiros, considera crianças superdotadas e talentosas aquelas que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade psicomotora. Arroyo, Martorell e Tarragó (2006) definem em torno de três eixos, e que não basta uma única característica para determinar AH/SD: Inteligência, Personalidade e Criatividade. Renzulli (apud RENZULLI, SYTSME e BERMAN, 2003) apresentou sua concepção dos três anéis da superdotação, explicando o papel dos fatores da personalidade e do ambiente, constituídos por um modelo primeiramente exposto de campos básicos, com seis fatores: otimismo, valor, paixão por um tema ou disciplina, sensibilidade para temas humanos, energia mental ou física, visão e sentido do destino.

Mitos e Crenças:

  • Alunos com AH/SD são aqueles cujas notas frequentemente estão acima da média (10) e não apresentam dificuldades de aprendizagem.
  • Predomínio do sexo masculino.
  • Somente aquelas crianças que são de famílias de classes A e têm um ambiente facilitador de estimulação conseguem desenvolver seus talentos.
  • As crianças superdotadas são aquelas bem-aceitas como populares, bem-comportadas e com muita disposição e saúde física e psicológica.
  • Acredita-se que a superdotação induz a uma vida futura de sucesso e felicidade.
  • Não há benefícios em identificar as pessoas com altas habilidades.
  • Tudo é muito fácil para o indivíduo.
  • Não necessitam de direcionamento para professores de educação especial na escola.
  • Não necessitam de atividades adaptadas e do PEI (Plano Educacional Individualizado).

Realidade:

  • Podem apresentar distúrbios emocionais e psicológicos (ansiedade, depressão, oscilação do humor, patologias como o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade), deficiências (físicas, auditivas, visuais), dificuldades de aprendizagem, desvios de conduta, agressividade, transtornos de personalidade, problemas de aprendizagem e isolamento social.
  • Dificuldade alimentar e sensorial.
  • Diagnósticos errôneos.

Desafios:

  • Os alunos com altas habilidades ou superdotação necessitam ser identificados, porém, devido à falta de instrumentos que avaliem as habilidades que não são somente acadêmicas, como as habilidades musicais ou de liderança, e à carência de profissionais especializados, muitas vezes podem ser diagnosticados erroneamente, como por exemplo, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Depressão, entre outros. Claro que há em alguns casos a comorbidade de sintomas, porém não em todos. Visto que quanto mais cedo houver um diagnóstico correto, os indivíduos têm a possibilidade de direcionar seus talentos e inteligência a fim de produzirem conhecimento, ciência, objetos, artes, entre outros, de forma que possam colaborar para a comunidade da qual fazem parte. Há décadas, as diretrizes legais e os parâmetros curriculares trazem um olhar para os alunos com AH/SD, e observamos que na prática as leis tornam-se insuficientes. Precisamos de ações concretas: cursos de capacitação continuada para professores, palestras informativas, conscientização das escolas e comunidade, e criação de mais Núcleos de Atividades de Altas Habilidades – Superdotação (NAAH-S). Necessidade de desenvolver mais pesquisas e artigos com o intuito de discutir estratégias de identificação e apoio às crianças, adolescentes e adultos com esse perfil. Entender que a avaliação não deve ser baseada somente no escore QI (<130), este avaliado a partir de testes de inteligência, que necessitam avaliar não somente a área do conhecimento acadêmico, segundo a Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner Howard Gardner (1994): Linguística, Lógico-matemática, Visuo-espacial, Corporal-cinestésica, Musical, Intrapessoal, Interpessoal, Naturalista. Sendo assim, em uma visão biopsicossocial.

Referências Bibliográficas:

  • ARROYO, S.; MARTORELL, M.; TARRAGÓ, S. La realidad de una diferencia: los superdotados – diagnóstico, asesoramiento, atención escolar, integración social. Barcelona: Terapias Verdes, 2006.
  • BRASIL. Diretrizes gerais de atendimento educacional aos alunos portadores de altas habilidades/ superdotação e talentos. Série Diretrizes, 10. Brasília: MEC/SEESP, 1995.
  • GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a Teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994;
  • RENZULLI, J. S.; SYSTME, R. E.; BERMAN, C. Ampliando el concepto de superdotación en cara a educar líderes para una comunidad global. ALONSO, J. A.; RENZULLI, J. S.; BENITO, Y. Manual internacional de superdotados. Manual para Profesores y Padres. Madrid: Artedis, 2003. p. 71- 87

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