Em um mundo saturado de imagens, capturar a essência de um momento requer habilidade, paixão e um olhar extraordinário para os detalhes
ande Porto, nasceu em Franca -SP. Morou em São Carlos, Caraguatatuba, São José dos Campos e acabou se mudando para São Paulo.
Trabalhou em vários setores da moda e design, viajando sempre entre São Paulo e Rio de Janeiro. Realizou o trabalho na parte fotográfica de moda, na época do filme, ainda entre os seus 18 a 23 anos.
Manifestando seu espírito empreendedor, abriu uma agência de marketing e publicidade, trabalhou cerca de 6 anos com essa empresa, desenvolvendo marketing e eventos, após esse período já formado em Publicidade e História da Arte, e com alguns pequenos cursos em várias outras áreas resolveu abandonar tudo e recomeçar com a fotografia.
Hoje, aplica seus conhecimentos em suas fotos utilizando-se de várias inspirações, inclusive no estilo barroco que gosta muito, no sentido de luz e sombra, também se inspira muito no tema de geometria e arquitetura.
Com determinação e uma busca incessante pela excelência, aprimora sua arte e uma área de estudo mais aprofundado são religiões e culturas.
Dande relata: “estudo mesmo, viajo a vários lugares para verificar como é e como eram os casamentos por lá. Já fiz isso em uma ilha afastada entre Peru e a Colômbia, literalmente, é muito legal. Inclusive trago muito para o meu trabalho, quando produzo um casamento.”
O maior desafio que já enfrentou, enfrenta e que provavelmente enfrentará na fotografia é a percepção cliente x foto, no sentido da relevância da foto. Em seu relato: “como posso explicar isso melhor? Por exemplo, procuro trazer uma relevância para a minha foto, um momento ou um documental que expresse uma emoção ou que a pessoa se sinta lá. Mas isso é muito complicado hoje em dia com as mídias sociais.”
Acredita que o maior desafio enfrentado hoje na fotografia: “é a mídia social, que deturpa a arte e a deixa banalizada, digamos assim, é muito fácil de mostrar algo que não é o que se oferece ou o que se oferta realmente na entrega. Esse é um grande desafio, a comunicação na mídia social, no sentido de o que a gente está buscando oferecer e o que é a nossa fotografia, o que ela tem de diferente dos outros. Acho que é um grande desafio para praticamente todos os profissionais”.
Dande relata que é quase impossível dizer ao certo quando se deu conta que seria um profissional fotógrafo, pois sua mãe era fotógrafa e principalmente de laboratório. Ele começou a fotografar quando estava com 11 – 12 anos e a fazer fotos profissionais na faixa dos seus 15 – 16 anos.
Por mais que nunca tivesse pensado naquela época seguir a fotografia como uma profissão, acredita que nunca saiu muito dessa linha e habilidade nata, até mesmo na empresa de marketing. Tanto que começou com a parte de criação de catálogos de moda; depois disso, observou que era o fluxo natural que deveria ter seguido desde sempre.
Sempre desejou esse reconhecimento e prestígio, porém deve tudo para sua dedicação ao esforço e estudo contínuo de mais de 20 anos na carreira e investindo na reinvenção, readaptação, baseado muito no mercado, mas também baseado um pouco em preferências pessoais.Afinal, todo mundo quer um reconhecimento de seu trabalho, de todos os trabalhos.
O seu reconhecimento, veio de uma forma rápida em consequência de muito trabalho com a fotografia artística. Fazendo exposições fora do país em relação a isso havia uma visibilidade nesse sentido já, que era o Projeto Poemas.
Se aventurando nas fotos de casamento, porque queria algo mais real,“ fiz um preço bom, mas expliquei que iria ser do meu jeito; algumas pessoas toparam. E bombou quando fui para fora do país e fiz dois elopements para aprender mesmo, toda essa sinergia de trazer a personalidade do casal, de entender quem eles são, criar uma história, um cenário ideal, todo um momento e sair um pouco da cerimônia. Trouxe essa ideia para o Brasil e fiz o primeiro elopement no Brasil, ainda não haviam feito nenhum aqui e foi um elopement com uma temática meio viking e nessa época bombou, acordei no dia seguinte e havia milhares de compartilhamentos. Daí para frente a agenda lotou.”
Resolveu migrar para casamentosque é seu carro chefe justamente pela plasticidade da moda, “queria algo real, que realmente ela podia não ser tão bonita quanto um retrato super bem iluminado, mas que retratasse uma verdade. Estava cansado da falsidade, porque estava a vida inteira em moda.
E faço até um parênteses nisso, que foi justamente assim, uma decepção até um certo ponto foi uma alegria, mas, ao mesmo tempo, sentia que ainda o casal ficava muito preso a protocolos e a coisas desnecessárias, fotos desnecessárias, modos de se fazer desnecessários. Queria que tivessem uma experiência legal com fotografia; foi quando passei a desenvolver o elopement, porque achei a ideia fantástica”. Confira as fotos no @dandeporto.
O que são as produções dos Elopement?
“São cerimônias normais de casamento. A diferença é que vão poucas pessoas, ou ninguém. Só o casal e o celebrante, ou às vezes os pais e umas dez pessoas. O elopement dá uma margem para cerimônia ser muito personalizada para o casal. Então é algo muito artístico e com muitos detalhes.”
E no sentido de fotógrafo de casamento, Dande é aquele profissional que interage com as pessoas, com os convidados, que ficam à vontade e assim ele vai clicando as pessoas e elas nem percebem; estão rindo com o casal, e ele percebe o momento de clicar e extrair o melhor das pessoas e do momento.
“As pessoas se sentem próximas de mim o suficiente para ficarem à vontade, para ser clicado de forma orgânica. Eu diria que um elopement, 300 fotos não explicam ainda o nível de detalhes.
O legal disso tudo é que, consigo trazer o documental, mas, ao mesmo tempo, em vários momentos, trazer a visão da arte e da moda. Isso é bem visível no meu trabalho. É muito bacana, é muito bonito e pessoal, não sei nem explicar o quanto”, revela Dande.